Pedido de vista adia mais uma vez votação da Proposta de Emendas Impositivas na Câmara de Pará de Minas

Pará de Minas — A polêmica proposta que cria as chamadas emendas impositivas na Lei Orgânica do Município de Pará de Minas voltou a ter sua votação adiada na 14ª Reunião Ordinária da Câmara Municipal, realizada nesta terça-feira (22). Desta vez, o pedido de vista partiu do vereador Marcílio Magela de Souza, que, em nome da Comissão de Saúde, solicitou o adiamento para que os parlamentares possam discutir melhor o assunto.

Em sua fala no plenário, o vereador Marcílio Magela justificou o novo adiamento destacando a importância de garantir que a votação aconteça com segurança e apoio suficiente para aprovação:
“Olha, na semana passada, nós tivemos uma conversa aqui e o projeto poderia ter ido em votação na última terça-feira, mas achamos melhor deixar para essa terça-feira, e estava certinho que teríamos 12 votos para a aprovação desse projeto. A gente sabe que o projeto é muito importante para todos os vereadores dessa casa, porque o vereador, o Gustavo explicou muito bem agora, a emenda impositiva que você vai indicar. A partir do momento que é votada aqui na casa e saiu da Câmara, quem vai administrar a emenda impositiva para onde você quer indicar vai ser a prefeitura. Ela pode ser indicada para a Cidade do Ozanan, para o Hospital Nossa Senhora da Conceição, para o Campo Branco... Eu já fiz até um compromisso com a Secretaria de Saúde, com a Secretaria de Esporte, que se a emenda impositiva for aprovada, nós vamos tentar resolver o problema do Campo Branco. Não só eu, com mais três ou quatro vereadores, vamos estar indicando parte da emenda impositiva para lá. Mas, para isso, precisamos que seja aprovado, precisamos de 12 votos, e às vezes a gente consegue 11, 12, e hoje novamente sentimos que a emenda impositiva poderia não passar pelo plenário. Então a comissão pediu vista pra gente conversar mais entre os vereadores”, destacou Marcílio.
O presidente da Câmara Municipal, vereador Délio Alves, também comentou sobre o adiamento da votação. Segundo ele, o clima era de expectativa para que o pedido de vista fosse feito, já que o projeto tem gerado muitos debates tanto dentro quanto fora do legislativo.
“Na verdade, nós tivemos 26 requerimentos, dois projetos aprovados em duas votações, um em primeira votação e um pedido de vista, que é o projeto da emenda. Mas já era esperado. Hoje, nos bastidores, eu senti que realmente ia haver pedido de vista. Isso é normal. É um projeto polêmico, um projeto que está sendo debatido na cidade toda — e isso é bom, porque, quando ele for votado, aprovado ou não, os vereadores terão consciência daquilo que estão fazendo. Então, eu acho que é interessante discutir, sim, ter melhores condições para votar, porque o povo, a população, está interessada sim. Eu tenho recebido muitos telefonemas, várias pessoas me ligando, me procurando pessoalmente para entender o que é o projeto. Então, acredito que os outros vereadores também. Acho que isso é muito interessante e nós estamos muito tranquilos. Nós não temos pressa para votar o projeto. Queremos que, quando todos os vereadores tiverem condições, aí sim o projeto será votado”, pontuou Délio.
A expectativa agora é para a próxima reunião ordinária, marcada para o dia 29 de abril, quando a proposta poderá, enfim, ser votada ou, mais uma vez, adiada. O clima entre os parlamentares é de cautela, enquanto a população segue acompanhando o desdobramento desse tema que tem movimentado os bastidores da política municipal.
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